O ano de 2020 trouxe surpresas sem precedentes para toda a sociedade e todos os setores da economia. Se a necessidade de inovação já era questão de sobrevivência em um mercado competitivo, em ano de pandemia, então, nem se fala.
A indústria gráfica acumulou recordes históricos negativos: sofreu com a queda de 11,4% no terceiro trimestre deste ano, com relação ao segundo trimestre. No primeiro trimestre, a produção do setor caiu 16,5%.
Com o apagar das luzes de 2020 e às vésperas do ano-novo, é grande a expectativa sobre o que virá por aí. O que se pode esperar de 2021? Para fazer um balanço do setor este ano e falar sobre tendências e inovação na indústria gráfica, entrevistamos o presidente da Abigraf (Associação Brasileira da Indústria Gráfica), Levi Ceregato. Confira.
Foi um ano extremamente difícil, com encolhimento dos negócios em quase todos os segmentos da indústria gráfica. Para se ter uma ideia, se compararmos o terceiro trimestre com o segundo trimestre desse ano, a Indústria Gráfica registrou queda de 11,4%, sem influências sazonais. Essa é a segunda maior contração da série histórica de nosso boletim econômico, sendo o maior recuo exibido nos três primeiros meses de 2020, quando a produção do setor caiu 16,5%. Com relação ao terceiro trimestre de 2019 a produção da Indústria Gráfica caiu significativos 25,1%. Mas a indústria gráfica brasileira tem um diferencial, que são nossos empresários e colaboradores, resilientes e extremamente preparados para os desafios do próximo ano.
2. Que “novo normal” surgiu e se estabeleceu com a pandemia para este setor?
Redução de quadros administrativos, home-office em várias empresas e a busca por parcerias entre empresas gráficas, em um novo modelo semelhante ao de cooperativas, são tendências fortes para um futuro próximo. Mas ainda é preciso ver como as empresas vão se adequar às mudanças do mercado, pois é cedo para dizer quais mudanças serão definitivas. E há um complicador, que é a falta de insumos em várias frentes, que prejudica muito a retomada dos negócios para as empresas de vários setores da economia, especialmente as gráficas.
3. Que tipos de materiais gráficos serão os protagonistas em 2021? O que desponta como tendência? E por quê?
O setor de embalagens é o mais próspero da Indústria Gráfica e foi o menos afetado pela crise que se agravou com a pandemia, mas vem causando impactos negativos desde 2014. Todo produto precisa de embalagem e, com a tendência do aumento do comércio eletrônico, a demanda por embalagens será ainda maior. Rótulos e etiquetas têm um campo fértil pela frente, mas é preciso que os empresários desse setor continuem em busca da inovação e do desenvolvimento de novos produtos.
4. O que se pode esperar da impressão digital em 2021?
Com as mudanças no mercado, as grandes tiragens serão cada vez mais raras. Porém, a demanda por produtos personalizados, feitos de acordo com as necessidades específicas de cada cliente, será cada vez maior, em todos os setores. E aí que a impressão digital tende a crescer ainda mais.
5. O que se pode esperar da impressão convencional em 2021?
Os desafios são grandes, mas temos que ter em mente que a Indústria Gráfica, como diz o presidente Lopes de Castro, da APIGRAF de Portugal, “é a mãe de todas as indústrias”. Não há produto que não dependa de um ou mais produtos gráficos para ser comercializado, transportado, exposto ou promovido. Inovação, criatividade e flexibilidade serão as palavras chave que todos os gráficos deverão ter na ponta da língua. Essas tendências não são esperadas apenas no Brasil. Fizemos este ano três grandes encontros internacionais, com as associações gráficas de Portugal, Espanha e Estados Unidos e as mesmas dores são sentidas pelos gráficos europeus, americanos e brasileiros.
6. Dentre os segmentos gráficos, o que se pode esperar da impressão de:
Livros: 2020 foi um ano de retração no mercado, com queda no faturamento e no volume de exemplares vendidos, mesmo com a recuperação registrada no início do segundo semestre. Mas o setor tem uma batalha pela frente, que é lutar para que o governo não volte a tributar os livros, o que poderia render aumento no preço final do produto de até 20%. A ABIGRAF e várias entidades já se manifestaram contra a tributação dos livros, em defesa dos livros. Esperamos que o governo tenha sensibilidade para desistir da ideia, pois além dos prejuízos ao nosso mercado, o eventual aumento no preço dos livros vai dificultar ainda mais o acesso da população de menor renda à cultura, educação e informação de qualidade.
Embalagens: setor que menos sofreu com a pandemia, vai continuar com o viés de alta na produção, vendas e faturamento. Além disso, quando a pandemia estiver sob controle, haverá a volta dos chamados produtos de maior valor agregado, aqueles que utilizam embalagens mais elaboradas – e isso também fará diferença positiva no faturamento das empresas.
Jornais e Revistas: as tiragens foram bastante reduzidas em virtude da pandemia, havendo um incremento significativo do meio eletrônico. A tendência é haver o aumento do número de títulos de revistas, porém buscando nichos editoriais específicos e com tiragens menores.
Materiais para PDV, como displays, banners, stoppers, sinalização etc: são produtos que poderão ser substituídos por outros materiais promocionais, mas a análise da conjuntura não pode mais ser feita com todos os itens no mesmo pacote. Se displays e banners, com uma eventual mudança de comportamento da sociedade e a consequente diminuição da circulação de pessoas em locais de grande movimentação, como shoppings, tendem a ter menor demanda, materiais de sinalização podem registrar um caminho diferente, de crescimento, com novos formatos e demandas customizadas e específicas para cada cliente.
Catálogos e tabloides de ofertas: setor que ficou praticamente parado durante os primeiros meses da pandemia, mas que registrou uma leve retomada nos últimos meses. Com a volta para a fase amarela do plano São Paulo, só quando a perspectiva do fim do período mais crítico da pandemia for real os negócios serão retomados nesses setores, mas provavelmente em volumes menores do que os registrados no período pré-pandemia.
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